PANORAMA DO MERCADO DE SOJA E MILHO EM 18/09/2025
Negócios pontuais em soja e milho no PR e MS, dólar perto de R$ 5,30 e Chicago pressionam preços. ANEC projeta 7,5 mi t de soja e até 7,7 mi t de milho em setembro. Veja paridade de fertilizantes e relação de troca no PR.
O mercado de grãos no Brasil segue lento e seletivo, com compradores confortáveis e vendedores retraídos. O câmbio mais firme para o real em setembro e a fraqueza de Chicago impedem avanços de preço no curto prazo. Apesar disso, o fluxo de exportações continua robusto, ajudando a manter o mercado abastecido, mas sem força para puxar cotações aos níveis pedidos pelo produtor.
Soja, comprador confortável, vendedor resiste...
O mercado da soja segue com negociações pontuais no Brasil, reflexo da pressão do câmbio e da demanda externa moderada. Compradores trabalham de forma seletiva, enquanto produtores resistem a vender abaixo de suas referências, especialmente no Paraná e em Mato Grosso do Sul.
Referências principais
Maringá (PR)
- CIF Paranaguá: R$ 140/saca (set.) | R$ 142 (out.)
- Vendedor pede: ~R$ 146
- Safra 25/26: comprador R$ 136, vendedor mira ≥R$ 140
Dourados (MS)
- Disponível FOB: comprador R$ 127 × vendedor até R$ 140
- Safra 25/26: comprador R$ 117, vendedor espera ≥R$ 120
O que pesa nos preços
- Chicago (nov/25) recua para ~1.040 ¢/bu, pressionada pela colheita norte-americana e demanda chinesa apenas moderada.
- Dólar em torno de R$ 5,30: valorização do real tira fôlego das paridades em reais.
- Exportações: ANEC projeta até 7,5 mi t em setembro, número positivo, mas sem repasse imediato ao produtor.
- Leitura: o produtor libera apenas volumes pontuais quando o CIF porto encosta nas referências de interesse (R$ 146 no disponível e R$ 140 na safra futura).
Milho, estável mas travado...
O milho mantém preços estáveis, mas os negócios seguem travados. A queda do dólar limita a competitividade das exportações e amplia o distanciamento entre as ofertas das tradings e as pedidas dos produtores, principalmente nas praças de Maringá (PR) e Dourados (MS).
Referências principais
Maringá (PR)
- CIF Porto: R$ 65,70/saca (set., pgto fim do mês)
- CIF indústrias (ração): R$ 72/saca + ICMS, pgto 35 dias
- Vendedor pede: R$ 70 porto | R$ 74 fábricas
Dourados (MS)
- FOB disponível: comprador R$ 53–55 × vendedor R$ 58–60
- Safra 25/26: tradings R$ 52 (jul/ago-26), sem interesse do produtor
O que pesa nos preços
- Chicago (dez/25) em torno de 427 ¢/bu: ajustes técnicos e sem drivers altistas.
- Câmbio reduz competitividade em reais e limita negócios de exportação.
- Oferta abundante no MS amplia a distância entre comprador e vendedor.
Leitura: preços estáveis, mas negócios travados; comprador não cede acima do que considera paridade razoável e produtor segura posição.
Fertilizantes e relação de troca no PR
Referências internacionais (convertidas a R$/t com câmbio R$ 5,30):
- MAP: ~R$ 4.839/t
- Ureia: ~R$ 3.350/t
- KCl: ~R$ 2.581/t
Relação de troca com soja (CIF porto PR):
- A R$ 140/sc: ~24 sc/t de ureia | ~34 sc/t de MAP | ~18 sc/t de KCl
- A R$ 146/sc: ~23 sc/t de ureia | ~33 sc/t de MAP | ~18 sc/t de KCl
Relação de troca com milho (R$ 65–72/sc):
- MAP varia entre ~67 e 74 sc/t
- Ureia entre ~47 e 51 sc/t
- KCl entre ~36 e 39 sc/t
Leitura: no Oeste do Paraná, cada R$ 1 de variação na saca de soja muda a troca do MAP em cerca de 0,25 sc/t — um detalhe relevante para o timing de fechamento de insumos.
Conclusão
Soja: ritmo lento, comprador sem pressa e vendedor reticente abaixo dos R$ 146 no curto prazo.
Milho: estável, mas travado; abundância de oferta no MS e paridade cambial reduzem apetite de compra.
Insumos: relação de troca segue competitiva para soja; no milho, a troca pesa mais, reforçando cautela.
Estratégia prática: realizar rodadas parciais em soja quando CIF porto encostar nas pedidas do vendedor e manter atenção ao câmbio e à CBOT para capturar janelas de oportunidade antes da safra 25/26.





















