Panorama do Mercado de Soja e Milho em 19/09/2025
Negócios pontuais marcam o mercado de soja e milho em 19/09/2025. Veja preços por praça, exportações, Chicago, câmbio e estratégias para o produtor.
Negócios pontuais marcam o ritmo de soja e milho nesta sexta-feira. Diferença entre pedidas e ofertas limita volumes, enquanto a safra 2025/26 avança em ritmo desigual.
Soja: mercado defensivo e plantio irregular
A comercialização de soja no Brasil segue marcada por negócios pontuais e pela resistência do produtor em reduzir suas pedidas. No Paraná, as negociações giraram em torno de até 2 mil toneladas, com preços ainda pressionados, mas em grande parte inalterados frente à véspera.
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Paranaguá (PR): tradings indicaram R$ 141,56/saca CIF.
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Cascavel (PR): indústrias ofereceram R$ 128,79/saca FOB, com retirada e pagamento em 28 dias.
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Ponta Grossa (PR): compradores indicaram R$ 130,63/saca CIF, também com 28 dias de prazo.
Produtores pediram entre R$ 5 e R$ 10/saca acima dessas referências.
No Mato Grosso, em Nova Mutum, negócios foram pontuais no mercado interno, com compradores oferecendo R$ 126 a R$ 127/saca FOB para embarque em setembro e pagamento em outubro. Para a safra 2025/26, houve registro de pequenos volumes vendidos para exportação a US$ 20/saca (CIF/FOB), com embarques previstos para março e abril de 2026 e pagamento entre abril e maio.
Segundo corretores, o plantio da nova safra avança de forma irregular, devido às condições de solo. Isso aumenta a percepção de risco sobre a produtividade, o que pode dar suporte futuro aos preços e explica a cautela dos vendedores em fixar valores neste momento.
Milho: liquidez travada e exportações discretas
O mercado de milho segue travado, com baixa liquidez e negociações pontuais tanto no Paraná quanto em Mato Grosso. A diferença entre pedidas de produtores e ofertas de compradores segue limitando o fechamento de volumes maiores.
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Maringá (PR): produtores pediram R$ 51/saca.
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Ponta Grossa (PR): referência de R$ 54,21/saca.
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Guarapuava (PR): pedidas de R$ 53,05/saca.
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Mercado de lotes (PR): compradores ofertaram R$ 73–75/saca FOB, enquanto vendedores pediam R$ 70/saca CIF.
Em Nova Mutum (MT), pequenos volumes destinados à exportação foram comercializados a R$ 47/saca FOB, com embarque em setembro e pagamento em outubro. Já para a safra 2025/26, foram registrados negócios pontuais entre R$ 48 e R$ 49/saca CIF, com entrega em julho de 2026 e pagamento em setembro, em operações intermediadas por cooperativas.
De acordo com operadores, o mercado permanece "calmo", com lotes isolados e vendedores ainda firmes em suas pedidas.
Cenário externo e câmbio
Nos Estados Unidos, os contratos futuros de soja para novembro/25 são negociados ao redor de 1.043 centavos de dólar por bushel, em leve recuperação após quedas anteriores. O milho para dezembro/25 opera próximo a 426 centavos de dólar por bushel, ainda refletindo dúvidas sobre a produtividade da safra norte-americana.
No câmbio, o dólar opera estável, cotado em torno de R$ 5,30–5,31, o que ajuda a limitar a transferência de ganhos internacionais para os preços internos no Brasil.
Segundo analistas, para que haja retomada mais consistente no físico, seria necessário observar Chicago acima de 1.050 ¢/bu na soja e de 430 ¢/bu no milho, ou ainda o dólar acima de R$ 5,35.
Exportações e demanda doméstica
Apesar da lentidão no mercado interno, as exportações seguem relevantes. A ANEC projeta embarques de milho entre 6,2 e 7,73 milhões de toneladas em setembro, sustentando os preços nas praças de porto.
No caso da soja, exportações futuras em Mato Grosso já registraram negócios seletivos para março e abril de 2026, ainda que em volumes pequenos.
No mercado interno, a demanda da indústria de ração e do setor de etanol de milho segue como suporte estrutural. Atualmente, o Brasil conta com cerca de 25 usinas em operação e mais de 15 em construção, com projeções de aumento de 60% no volume de produção até 2035, alcançando cerca de 16,3 bilhões de litros.
Perspectivas para o produtor
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Soja: produtores do PR e MT devem manter cautela, ofertando em lotes pequenos e priorizando prazos curtos. Para a safra 2025/26, a irregularidade do plantio sugere prudência em antecipar vendas.
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Milho: produtores seguem firmes nas pedidas acima de R$ 50/saca. Exportação no MT pode ser alternativa em volumes pequenos, mas safra nova só deve ganhar liquidez mais adiante.
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Compradores: tendem a ser seletivos, priorizando alongar cobertura apenas quando houver descontos frente ao mercado de lotes ou oportunidades logísticas nos portos.





















