Panorama do Mercado de Soja e Milho em 11/09/2025

Negociações seguem travadas na maioria do Brasil e expectativa pelo relatório de Oferta e Demanda do USDA 12/09/2025

Panorama do Mercado de Soja e Milho em 11/09/2025
Elaboração: CostaWeber

 

"O mercado brasileiro de grãos continua apresentando lentidão nas negociações, com produtores resistentes em aceitar as ofertas atuais e compradores testando patamares mais baixos. Tanto na soja quanto no milho, o cenário é de impasse, com liquidez restrita e spreads largos entre compradores e vendedores."
 

Mercado de Soja: spreads largos e atenção ao WASDE do USDA

No Paraná, as negociações seguem paralisadas em Maringá e no porto de Paranaguá. Para exportação, compradores indicaram R$ 141–142 por saca CIF, com entrega em setembro e pagamento em outubro, enquanto os vendedores pedem R$ 146,50 nas mesmas condições. No mercado interno, ofertas de R$ 130 por saca CIF + ICMS, com pagamento em 45 dias, não foram aceitas pelos produtores.

Em Campo Verde (MT), os preços recuaram cerca de R$ 2 por saca em comparação à semana passada. Compradores ofertaram R$ 124–127 por saca FOB, dependendo da janela de embarque, mas os vendedores permanecem firmes em R$ 130–135 FOB, com prazos de pagamento mais longos.

Para a safra 2025/26, as negociações ainda são escassas. No Paraná, tradings indicam R$ 132–137 CIF para entrega em fevereiro e pagamento em março, sem registro de negócios. Já em Mato Grosso, os valores variam de R$ 113 a R$ 116 FOB, com produtores aguardando oportunidades em torno de R$ 120 FOB.

 No cenário internacional, Chicago abriu a quinta-feira em leve recuperação após quedas recentes, enquanto o câmbio segue próximo de R$ 5,40, reduzindo a competitividade das exportações. O relatório WASDE, que será divulgado nesta sexta-feira (12), deve trazer maior volatilidade às cotações.
 

Mercado de Milho: comprador recuado e barter em evidência

No mercado do milho, a disputa de preços também limitou os negócios. Em Maringá (PR), tradings ofertaram R$ 66 por saca CIF porto de Paranaguá, mas os vendedores seguem pedindo R$ 70/saca, travando a comercialização. Não houve registros para a safra 2025/26 no estado.

Em Mato Grosso, negócios pontuais movimentaram o mercado na terça-feira (09). Foram comercializadas 12 mil toneladas:

  • 9 mil toneladas para exportação, a R$ 50/saca FOB, com embarque em outubro e pagamento no fim do mesmo mês.
  • 3 mil toneladas destinadas a indústrias, a R$ 49/saca FOB à vista, com embarque imediato.

Ontem, uma usina de etanol também ofertou R$ 50/saca FOB (embarque em outubro, pagamento em novembro), sem gerar vendas. Segundo corretores, a expectativa é que a liquidez aumente com a necessidade de liberar espaço nos armazéns.

Na safra 2025/26, as operações registradas foram em forma de barter. Um lote de 1.800 toneladas foi vendido a R$ 50,30/saca CIF, com entrega em julho de 2026 e pagamento em setembro do mesmo ano.

  • O barter segue se consolidando como alternativa estratégica de comercialização futura, principalmente no Mato Grosso.
     

Análise e Perspectivas

O panorama desta quinta-feira mostra que soja e milho compartilham a mesma dinâmica: spreads amplos, negociações lentas e um mercado em compasso de espera.

Na soja, produtores aguardam valorização cambial ou melhora em Chicago, enquanto compradores testam preços mais baixos à espera do WASDE.

No milho, a pressão por armazenagem e a atratividade do barter devem ganhar força nos próximos meses, abrindo espaço para maior liquidez.
 

Resumo: soja e milho permanecem com liquidez limitada, em meio à disputa de preços. Produtores resistem em reduzir suas pedidas, compradores seguem cautelosos, e o mercado aguarda definições externas, com destaque para o WASDE na soja e a armazenagem/barter no milho.

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