Selic a 15%: COPOM Mantém Juros Elevados e Pressiona Custos do Agronegócio

Selic a 15% pressiona crédito rural e câmbio; descubra as estratégias e ações essenciais para produtores.

Selic a 15%: COPOM Mantém Juros Elevados e Pressiona Custos do Agronegócio
Elaborado por CostaWeber

Selic em 15%: COPOM Mantém Juros Elevados e Pressiona Custeio Rural

 

O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (30/07), a manutenção da taxa Selic em 15,00% ao ano – patamar que vem se mantendo desde meados de junho, quando o juro passou de 14,25% para 14,75%, e depois para 15,00%. A decisão reflete a necessidade de conter a inflação ainda resistente e de enfrentar riscos fiscais em ano eleitoral, ao mesmo tempo em que equilibra o comportamento da economia doméstica.
 

Contexto da Decisão
Após oito altas consecutivas desde março de 2021, o nível de 15% tem sido apontado pelo COPOM como “suficientemente desafiador” para ancorar as expectativas de inflação sem causar um desaquecimento abrupto do crescimento. Segundo o Banco Central, embora o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) venha desacelerando — acumulando 4,8% em 12 meses até junho —, os núcleos de inflação (que excluem itens voláteis) e o setor de serviços seguem acima da meta de 3,25% ± 1 ponto percentual.

No cenário externo, a estabilidade da taxa norte-americana em torno de 5,25–5,50% e os recentes episódios de aversão a ativos de mercados emergentes mantêm o dólar em patamares elevados, pressionando o real perto de R$ 5,60. Esse cenário amplia o custo de importação de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas.
 

Impactos para o Agro
A manutenção da Selic em 15% tem efeitos diretos sobre o custo de custeio e investimento no campo. Linhas de crédito rural — como Pronamp e Proagro — ajustam suas taxas de remuneração ao juro básico, tornando o crédito mais caro para produtores que iniciam o ciclo de plantio de soja e milho.

Além disso, a volatilidade cambial agrava o risco de receitas variáveis, especialmente para exportadores de soja, milho e carnes. “Proteger margens passa a ser prioridade”, afirma Juliano Adão, diretor da CostaWeber Agrosolutions. “Recomendamos o uso coordenado de derivativos para blindar o fluxo de caixa.”
 

Desafios à Frente

  1. Inflação de Serviços: A pressão sobre preços administrados e serviços ainda carece de rigor fiscal adicional.

  2. Gargalos Logísticos: Com o avanço da colheita da safra 24/25 sob influência da La Niña, atrasos portuários podem gerar choques de oferta.

  3. Riscos Fiscais: Expectativas para o pacote de benefícios em ano eleitoral e o cumprimento da regra do teto de gastos exigem vigilância permanente.
     

Recomendações Finais

  • Orçamento em três cenários: 14% (otimista), 15% (base) e 16% (pessimista).

  • Antecipação de Renegociações: Aproveitar janelas de crédito subsidiado antes de outubro.

  • Hedging Integrado: Alinhar proteção de juro e câmbio ao calendário de vendas.

  • Investimento em Tecnologia: Buscar linhas do BNDES e incentivos fiscais (REIDI, Lei do Bem) para reduzir o custo operacional.
     

A convergência entre política monetária rigorosa e ajustes fiscais será fundamental nos próximos meses para trazer a inflação de volta à meta sem comprometer o dinamismo do agronegócio nacional.


CostaWeber Agrosolutions: Transformando gestão, inovação e sustentabilidade em lucro para o agronegócio